No último dia 30, comemorou-se o Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos. Na foto, livros da Turma da Mônica, Mafalda, Turma do Pererê, Ziraldo, Garfield, Snoopy, Aline, além de clássicos da literatura adaptados à linguagem dos HQs.
Atualmente, várias editoras possuem publicações em quadrinhos, como a editora Martins Fontes, Conrad, Globo, L&PM. Em 2009, a editora Companhia das Letras lançou um selo específico para quadrinhos, o "Quadrinhos na Cia".
Um dos títulos de nossa vitrine foi deste selo da Cia. O chinês americano foi o primeiro quadrinho a ser indicado ao National Book Award. O livro narra três histórias paralelas que apresentam a interação das culturas chinesa e americana, através da adpatação de um adolescente chinês ao high school estadunidense, da convivência forçada de dois primos, e da antiga lenda chinesa do Rei Macaco.
Retalhos, de Craig Thompson, também ganhou diversos prêmios: três prêmios Harvey, dois prêmios Eisner, e o prêmio da crítica da Associação Francesa de Críticos e Jornalistas de Quadrinhos. Segundo Neil Gaiman, autor de Sandman e Coraline, Retalhos é "comovente, delicada, com desenhos maravilhosos e sinceridade dolorosa. Pode ser a graphic novel mais importante desde Jimmy Corrigan".
Em 2010, a Turma da Mônica, sucesso há décadas (a primeira revista Mônica foi publicada em 1970), veio na forma de Histórias em Quadrões, com pinturas célebres de artistas importantes em que figuram as personagens da turma, sem, é claro, deixar de informar o leitor sobre o artista e a escola a que pertence o quadro.
Em 2010, comemorou-se também os 50 anos da Turma do Pererê, criada por Ziraldo, que reúne os amigos da mata: animais, índios e o Saci. A caixa comemorativa, da editora Globo, contém o fac-símile da primeira edição, e mais três livros, divididos por temas - 365 dias na Mata do Fundão, Coisas do Coração e As Manias do Tininim.
Aline é outra conhecida personagem das HQs nacionais. A criação do cartunista Adão Iturrusgarai ganhou as telas da TV e já está em sua segunda temporada. Publicada desde os anos 90 pela L&PM, terá o volume 5 de sua coleção de bolso publicado neste ano. Segue abaixo parte da entrevista dada pelo cartunista ao pessoal da editora.
L&PM: Em quem você se inspirou para criar a Aline? Em alguma antiga namorada?
Adão Iturrusgarai: Eu poderia dizer que ela foi inspirada em uma ovelha que conheci na minha adolescência, mas não estou aqui para piadinhas infames. Aline não é inspirada em uma pessoa em especial. Acho que é uma coleção de pessoas: amigos, amigas, conhecidos. Pessoas que passaram e repassaram pela minha vida. Vidas que vi pela TV, em livros, no cinema.... acho que ela é meio um mosaico.
L&M: Aline começou a ser publicada na L&PM na década de 90, de lá pra cá, o que mudou nela?
Adão: O cabelo dela mudou várias vezes. Ela ficou mais magrinha, mais nariguda... Coisas da idade, he he. Acho que o desenho e as piadas mudaram. Isso faz parte de uma evolução no meu trabalho. O desenho ficou mais solto e menos redondo. Isso me agrada muito. Não gosto de ver as tiras antigas. Acho que as séries mais recentes da Aline são mais consistentes, mais maduras.
L&PM: Se pudesse definir a Aline em apenas três adjetivos, quais seriam?
Adão: Resolvida, divertida e moderna.
L&PM: Como é ver a Aline adaptada para a televisão?
Adão: As negociações foram muito complicadas e no início fiquei temeroso com o resultado. Foi meio estranho ver minhas piadas na TV e um visual que não conferia com meu desenho. Por outro lado, me sentia emocionado ao ver toda aquela gente (equipe, atores) mobilizados em torno das bobagens que escrevi. Mas só relaxei depois que me dei conta que a Aline da TV não era mais minha e sim da Rede Globo, fruto da cabeça um diretor e uma equipe de redatores. Vendo a minissérie desse ponto de vista, me senti mais relaxado.
L&PM: O que você gostaria de dizer para a Aline que nunca disse em público?
Adão: ALINE, JÁ PRA CAMA!!!